Quem convive com uma doença reumatológica sabe que o corpo pede cuidado constante. E aí surge a dúvida: atividade física ajuda ou atrapalha? A resposta pode surpreender: "Quando praticado com orientação, o movimento não só ajuda como pode ser parte fundamental do tratamento".
Então, o(a) paciente reumático(a) deve estar se perguntando: "Mas tenho dor, rigidez, cansaço, limitação... Não dá para fazer atividade física!"
Ora, pessoas fisicamente ativas, como já sabemos, são mais saudáveis e vivem por mais tempo quando comparadas às pessoas inativas. Isso vale para todos, mas especialmente para o(a) paciente reumático(a).
A inatividade e o sedentarismo são comportamentos comuns para maior parte desses pacientes em razão das limitações causadas pelas doenças reumáticas, mas, por outro lado, a falta de atividade gera a piora do controle dessas doenças e, consequentemente, uma menor qualidade de vida.
Estudos recentes têm demonstrado que a adoção de um estilo de vida ativo pode auxiliar no tratamento das doenças reumáticas, seja promovendo um melhor controle dos sinais e sintomas ou atenuando diversas comorbidades.
(Lima; Peçanha, 2019)
Além disso, o sedentarismo favorece doenças crônicas como hipertensão e diabetes. E pacientes com doenças reumáticas também estão sujeitos a esses problemas. Por todos esses aspectos, é muito importante que o(a) paciente reumático(a) tenha um programa de exercício apropriado, para isso, é bom que separar os mitos das verdades.
✖ Mitos que precisamos desconstruir
1. “Se tenho dor, preciso ficar em repouso”
O repouso prolongado pode piorar a rigidez, causar perda muscular e até afetar a circulação. O ideal,então, é adaptar o movimento à sua realidade.
2. “Exercício pode acelerar a degeneração das articulações”
Atividade física orientada previne o desgaste excessivo, fortalece estruturas e evita sobrecarga.
3. “Só exercício intenso tem efeito”
Exercícios de baixo impacto — como caminhada, pilates, hidroginástica e alongamento — são altamente eficazes e seguros.
4. “Se tenho lúpus, não posso fazer exercícios”
Durante crises, repouso pode ser necessário. Mas fora delas, exercícios leves ajudam no controle da fadiga e do humor. O segredo é o equilíbrio.
5. “Movimentar-se na fibromialgia piora a dor”
A introdução gradual de movimento é recomendada, pois o sedentarismo prolonga o ciclo da dor. O exercício é um dos pilares do tratamento.
✔Algumas verdades
1. O exercício reduz inflamação e dorAtividades físicas regulares têm efeito anti-inflamatório e analgésico, melhorando a dor crônica e diminuindo a rigidez articular.
2. O exercício fortalece músculos e protege articulações
Músculos mais fortes absorvem melhor o impacto e estabilizam articulações comprometidas, como joelhos, quadris, mãos e coluna.
3. O exercicio ajuda na saúde mental e melhora o humor e o sono
Quem vive com dor crônica pode ter alterações emocionais e dificuldade de descanso. O exercício ajuda a liberar endorfinas, atuando contra a ansiedade e a depressão, alavancando a qualidade do sono, reduzindo o estresse e aumentando a autoestima e a confiança, o que ajuda a lidar melhor com os desafios do dia a dia.
4. O exercício aumenta a autonomia
Quando o corpo se movimenta, mesmo com limitações, ele preserva sua funcionalidade — o que significa mais independência no dia a dia.
6. O exercício ajuda no tratamento médico
O exercício não substitui medicamentos, mas melhora sua ação e os resultados clínicos.
Quando o corpo se movimenta, mesmo com limitações, ele preserva sua funcionalidade — o que significa mais independência no dia a dia.
6. O exercício ajuda no tratamento médico
O exercício não substitui medicamentos, mas melhora sua ação e os resultados clínicos.
E quais atividades são mais recomendadas?
De acordo com as recomendações do EULAR (Liga Europeia contra o Reumatismo), um treinamento físico para pacientes com doenças reumáticas deve incluir quatro pilares fundamentais:
1. Aptidão cardiorrespiratória: atividades como caminhada, dança, bicicleta, natação, hidroginástica ajudam a fortalecer o coração, o pulmão e a melhorar a circulação. Também são exercícios que trazem benefícios no controle do peso e para a saúde mental.
2. Condicionamento e força muscular: a musculação com baixa carga e o pilates são ótimos para reforçar os músculos que protegem as articulações, além de aumentarem a resistência e a força.
3. Flexibilidade: alongamentos regulares mantêm a mobilidade e reduzem a rigidez das articulações. São a base para qualquer programa de exercícios.
4. Desempenho neuromotor: exercícios focados no equilíbrio, coordenação motora e propriocepção previnem quedas e aprimoram a segurança nos movimentos diários.
Antes de iniciar qualquer atividade física, é muito importante passar por uma avaliação médica e, após iniciada, contar sempre com o acompanhamento de um profissional de educação física e/ou de um fisioterapeuta.
O segredo está na individualização: cada pessoa tem um tipo de doença, que estará em uma fase (crise ou conrolada), tem suas limitações e necessidades específicas. Movimentar-se com respeito e orientação é transformar o tratamento em conquista diária. O importante é tansformar a atividade física em rotina diária!
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Referências
Lima, Fernanda R.; Peçanha, Tiago. Prescrição de atividade física em pacientes com doenças reumáticas. Revista Paulista de Reumatologia, 2019 out-dez;18(4): 17-24. Disponível em: https://doi.org/10.46833/reumatologiasp.2019.18.4.17-24. Acesso: 26/07/2025.
Moraes, Daniela. A importância dos exercícios físicos para pacientes com doenças reumáticas. Olhar da Saúde, 2025. Disponível em: https://www.olhardasaude.com.br/a-importancia-dos-exercicios-fisicos-para-pacientes-com-doencas-reumaticas/. Acesso: 26/07/2025.
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