Série "Tecnologia que cuida"
Essa é a proposta da medicina de precisão, uma abordagem que leva em conta as características únicas de cada pessoa para oferecer o tratamento mais eficaz possível. Nessa proposta, ao invés de seguir protocolos genéricos, os médicos utilizam exames avançados, informações do cotidiano do(a) paciente e também dados genéticos para pensar em um tratamento personalizado. Essa promessa começa a se concretizar graças ao avanço e à democratização de tecnologias genéticas, que estão saindo dos laboratórios de pesquisa e ganhando espaço na prática clínica.
Na Reumatologia, os avanços são promissores. Estudos brasileiros, como os conduzidos pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), já estão investigando variações em receptores genéticos que influenciam a intensidade da inflamação nas articulações. O objetivo é validar esses genes como biomarcadores, que serão capazes de prever, no caso da psquisa, a agressividade da Artrite reumatoide, a resposta a medicamentos e a probabilidade de sucesso ou falha terapêutica. Esse tipo de pesquisa pode evitar tentativas e erros com tratamentos caros e pouco eficazes, oferecendo um caminho mais direto e personalizado para o paciente.
Também na área da oncologia, a genômica está revolucionando os cuidados. Os tratamentos contra o câncer tornam-se cada vez mais direcionados, com o desenvolvimento de vacinas terapêuticas personalizadas. A partir da análise de uma biópsia, os cientistas identificam mutações específicas nas células cancerígenas de um(a) paciente e criam uma vacina que “ensina” o sistema imunológico daquela pessoa a reconhecer e atacar apenas as células doentes, preservando os tecidos saudáveis. Essa abordagem reduz os efeitos colaterais da quimioterapia tradicional e aumenta significativamente as taxas de remissão em tumores de difícil tratamento, como o de pâncreas e o glioblastoma.

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